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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

27/09/2014

Sou portadora da mais insana das almas

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E nos jardins da vida

Onde o tempo faz morada

Caminha minha alma

Insana e ousada

 

Debochada aventureira

Sobre as horas se escancara

Perfuma seus encantos

Com orvalhos da madrugada.

 

Do espírito das coisas

Alimenta seu destino

E se suja dos beijos

Dos pecados clandestinos

 

Dorme com a dor

Com a saudade tem um caso.

Veste-se a rigor

E com a luz da seu recado.

 

Insana pela vida

É a minha alma

Esgarçada ferida

Feliz por ser culpada.

 

Enide Santos 27/09/14

24/09/2014

Sozinha contigo

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Esconda-me em teus braços

Só enquanto este amor me queima.

Mantenha-me em teu olhar

Só pra que eu possa respirar.

Ata-me ao teu coração,

Para que eu não me perca nesta devastação.

Monitore meus sentidos,

Encarecidamente...

Não me deixe sozinha contigo.

Não se vá

Tente ficar

Não durma.

 

Enide Santos 24/09/14

21/09/2014

Epístola- 19

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Fragmentos de mim

 

Regressando do amor...

Uma bagagem pesada repleta de dores e de saudades, farto de emoções e ilusões.

Dormi tantos dias com teu amor aquietado ao meu coração.

E em tantos outros quando acordava, sorria, sabia que era por você que aflorava a minha paixão, e ao me deparar com o dia em que todas suas horas estão vagas de ti.

Ah! Meu Deus talvez fosse mais fácil apenas dormir e dormir.

Agora a noite repousa em meu peito, dosa de instantes vagos os meus sonhos.

Resta-me acolher as dores das lembranças e das saudades que hão de perdurar sem pedir licença.Tenho agora a sensação do nada e poder do tudo ao meu dispor.

Mas estou frágil demais até mesmo para chorar porque sinto pesar por você não ver as minhas lágrimas, por não presenciar toda intensidade do que elas realmente significam, a elas não são dadas o devido valor. (Parece que o mar verte de mim).

Tenho que arrancar as raízes que estão presas a minha alma, sem ter o direito de fraquejar, e tenho a obrigação de aceitar que você simplesmente se vá.

Está intacto em mim o amor.

E nada mais sou agora que um vândalo exterminador.

Eu era amor e paixão

Agora sou aniquilação.

Recolho-me ao silêncio que se faz em mim.

E por todas as outras forças da natureza permaneço.

Hoje quando acordo ainda me vejo, ainda sou eu sem ti

Sou eu com todas as outras coisas do mundo que não substituem você.

Mas sou eu com todas as outras coisas regressando do amor.

 

Enide Santos 21/09/14

19/09/2014

Qual a melhor cor?

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Qual a melhor cor,

Para hoje, vestir a minha alma?

Qual o melhor tom,

Para que possa traduzir a minha talha?

 

De onde posso extrair a melhor impressão

para fundi-la à minha paixão?

Que aparência deve ter,

O exímio momento quando penso em você?

 

Como colorir,

Cada emoção?

Como matizar,

Cada sensação?

 

Que coloração deve alcançar,

O contentamento de poder te amar?

Que tonalidade tiro de mim,

Quando tudo que almejo emana de ti?

 

Como maquilar minh’alma,

no exato tom

Que somente a ti retrate?

 

Enide Santos 19/09/14

18/09/2014

Adoeceu a noite

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Adoeceu a noite

preocupada a madrugada

recusa-se a se ir

prostra-se ao leito

e as trevas tenta persuadir

 

Assobiando uma cantiga

quer o amanhecer adormecer

leve, lenta e nua

sopra a alvorada

seu clamor em formosura.

 

Denotando soberba

rabisca o céu o alvorecer

de sua paleta extrai a cura

que sana o anoitecer.

 

Enide Santos 19/09/14

02/09/2014

Nos jardins da saudade

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Nos jardins da saudade

Colho pequenas flores de morte

Pequenos ramos de sorte

Por meio das folhas sagradas do amor

Entendo que sou eu, o lavrador.

 

Aqui, os ventos são plantados no chão,

Coloridos e assobiam uma canção.

São as flores do sol que exalam

O mais tênue perfume

 

E os brotos de noite

Lagrimam ritmos da primavera.

A classe dos sonhos

Embalam toda a atmosfera

 

Nos jardins da saudade

As ruas são feitas de pó

Tem veredas de dar dó

E a flor do mundo

Move-se em segredo

Recriando segundos

Com seus pequeninos dedos.

 

Aqui nos jardins da saudade

Há flores de todas as estações

Feitas de sombras e de ilusões

Bebem-se pequenos goles de felicidade

E fica-se longe da flor da realidade.

 

Enide Santos 02/09/14