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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

28/05/2014

Sonho em flor

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Neste acúmulo de noites vazias e gritantes,

Só me restam as dores desta vida pedante.

Neste eco envolvente de sentirem e pedires;

 

Há um calabouço, fétido e escuro,

Negro como a dor do fim do mundo.

É lá, onde habita o mais profano sentir;

 

E a passos largos, vou me despindo de mim.

Vou me envolvendo neste mundo moribundo.

E dos seus fungos, e dos seus humos,

Farei brotar o meu mundo.

 

Enide Santos 28/05/14

26/05/2014

Face a face

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Encontrei-me perdida dentro de mim

Mágoas e feridas todas eu bani

Quem mais pode cuidar de mim, que não eu?

 

Descobri-me sofrida, sim!

Porém viva e querendo viver.

Não recuei.

Forjei meu escudo, lutei.

 

A vida se move dentro de mim

E em forma de rosa

Face a face

Ofertei-a pra mim.

 

Enide Santos 04/02/14

Que te custas, amor?

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Que te custas, amor?

Dar-me um pouco as tuas mãos;

Para acariciar-me a face, os cabelos e o coração.

 

Que te custas, amor?

Deixar-me deitar em teu peito;

Fazer do teu colo um leito;

E roubar de te, um pouco de cheiro.

 

Que te custas, amor?

Acalmar um tiquinho minha vida;

Soprar um bocadinho as feridas;

Fazer fugir este choro, este som de consumação.

 

Que te custas, amor?

Deixar pesar em minha tua boca;

Deixa-me roçar em ti, como louca;

Para acalmar está minha paixão.

 

Enide Santos 27/05/14

21/05/2014

Pernas ofegantes?

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Faça-te dono,

Sirva-se de meu ardor.

Não haverá dano,

basta devorar com amor.

 

Venha, traga-me este corpo,

que tanto me excita.

Ah, até perco o pudor!

Só em pensar na tua... Barriga.

 

Escorre de mim

Tanto e todo meu desejo.

Vem amor...

Reproduzir os meus beijos.

 

Pernas ofegantes?

Não, talvez não seja assim!

Devem ser os beijos,

que abriram-se pra ti!

 

Enide Santos 21/05/14

20/05/2014

Só sonhando

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Só mais um sonho

Um sonho delirante

É um mundo diferente,

no mundo que estou

 

Vejo tudo que quero de perto

Tem cheiro, tem sexo.

Solta gemidos de amor.

Tem pele, tem calor.

 

Busca minha boca,

me induz a flutuar.

E dá-me de presente,

sua sede de amar.

 

Ah, Meu sonho!

como é difícil acordar.

Fico aqui neste abandono,

Almejando te sonhar.

 

Enide Santos 20/04/14

19/05/2014

Viver para esquecer

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A primeira coisa que tenho a esquecer,

É está de vida,

De ter vida com você.

 

Outra coisa que também tenho pra esquecer,

Nesta coisa de vida, de você ser minha vida,

E sem você não poder viver.

 

Muita coisas terei a esquecer,

Esquecer que na vida que levo,

Levo a morte da vida que gostaria de ter.

 

A vida que em minha vida nasceu

Hoje não é mais minha vida,

Por isso em mim a vida morreu.

 

Enide Santos 19/05/14

16/05/2014

Humanamente ridícula


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Beijar o vento,

Jogar ao ar pensamento.


 

Sorrir de uma doce lembrança,

Enquanto que no rosto, a lágrima descansa.


 

Correr para os braços da solidão.

Para não dividir uma triste recordação.


 

Olhos parado vendo outro lugar,

Desejando  neste tocar.


 

Suspirar… suspirar apaixonado,

Procurando o perfume do amado.


 

Planejar e replanejar

Exatamente tudo que tem pra falar


 

O lugar mais próximo de você que posso estar,

É aqui...

Dentro de mim.


 

Enide Santos 16/05/14

11/05/2014

Fósseis de sonhos

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O eco que ouço da minha dor,

(re) bate nas paredes deste infindo vazio,

E por vezes deixa-me insana.

 

Prostro-me imóvel e ciente de;

Não poder tocar,

Não poder realizar,

E nem ao menos sonhar.

 

São fósseis dos grandes sonhos,

Caminhos do qual,

(in) voluntariamente desviei-me.

 

Posso sentir-me desaparecendo aos poucos.

Presa em cada devaneio desfeito,

Sequelas adornam minha alma.

 

E tento regurgitar-me de mim.

Neste instante, nada, nada sou.

Apenas um corpo, procurando por amor.

 

Enide Santos 11/05/14

09/05/2014

Baila meu corpo

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Bailar meu corpo,

amparado por tuas mãos.

Soltando soluços,

de pura satisfação

 

Move meu corpo,

impregnado de excitação.

Lançando odores,

de silenciosa ebulição.

 

Suga meu corpo,

deixa fluir,

goles saborosos

tome de mim.

 

Enide Santos 09/05/14

08/05/2014

És tudo pra mim

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Quando a dor está muito grande,

eu busco das lembranças,

o prazer de estar contigo.

 

É um estar quase sem estar.

Porque mal posso te tocar.

És um sonho, só posso te sonhar.

 

Eu preciso de você

pelo resto de minha vida

eu preciso mesmo de você.

 

Não sei o que faço,

se acordar e não te ter, em mim.

És meu primeiro pensamento.

 

És a razão de o meu despertar.

É o tudo que tens pra mim,

então, é o tudo pra mim.

 

Enide Santos 09/05/14

05/05/2014

Relatos do fundo do poço

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O fundo do buraco,

não é o fim de tudo.

Visto por outro ângulo,

percebido de outra forma.


 

Há paredes escorregadias,

Transmitem toda tristeza,

da perda dos dias.


É tão profundo o fundo.

 

Há olhares apagados.

Vidas sem (re) ação.


Braços que se movem sem motivos.

E do fundo, de onde se pode ouvir,

Os risos de quem longe está dali.


 

Difícil subir...

Áspera e dura escalada

Limos de indecência.

Lodos de demência.


 

Escombros caem sobre meus ombros

Cicatrizes nas paredes lamacentas.

Ai então, se percebe,

quanto “se” tem aqui.


 

A lonjura do fim é ficar no fim

ou batalhar para ir até o fim

de chegar ao começo.


 

Enide Santos 05/05/14

03/05/2014

A mente mente

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Acabo de pegar uma porção de tempo.

Não muito longe, também não muito perto.

Não muito quente, nem muito frio.

Só uma porção do agora,

Neste instante nesta hora.

 

Fui lá fora...

E tudo estava parado.

Só o tempo quem levava o vento.

E a noite dormia, sob o sereno, gemia.

Mas tudo estava parado.

Sei, que só porque eu observava.

 

Braços estendidos no tempo, para o tempo.

Então eu o toquei...

Acariciei, moldei-o em meu pensamento.

Então me ri de mim.

Vendo-me com tanto poder,

De até o tempo poder deter.

 

Enide Santos 03/05/14

01/05/2014

Divino delírio

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E as tuas mãos,

Traga-as aqui?

Deixe por um instante

Meu corpo te iludir.

 

E teus lábios,

Umedeça-os em mim?

Deixe que meus delírios

Abuse de ti.

 

E os teus gemidos,

Deixe-me ouvir?

Encoste-se mais um pouco

Dentro de mim.

 

Enide Santos 01/05/14